quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Chora Não Meu Irmão



Chora não meu irmão
(samba de caixa de fósforo)


Se está dificil viver
Se a felicidade acabou
Se não dá pra vencer
E foi se embora o amor


Chora não meu irmão
E escuta teu coração

Se perdeu fé na vida
Se a desgraça é total
Fique de cabeça erguida
Tudo isso é banal


Chora não meu irmão
E escuta teu coração

Se vai tudo ao avesso
E perdeu a esperança
Tente um recomeço
E volte a ser criança


Chora não meu irmão
E escuta teu coração

São as batidas de um lutador
No peito de um vencedor
Que diz que não pode parar
Pois ainda há muito a trilhar


Chora não meu irmão
E escuta teu coração

Não há nada a temer
Queira apenas viver
E diga não ao sofrer!


Chora não meu irmão
E escuta teu coração

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O Avião

O Avião


Ainda estava doendo muito, mas eu não ligava mais.
- É só mais uma espetadinha – disse a enfermeira, uma moça muito boazinha.
- Pode dar, eu aguento – falei.
- Etá moço corajoso – ela falou olhando para minha mamãe.
É, mamãe estava lá, sorrindo como sempre e orgulhosa de minha coragem. Adorava mamãe, ela nunca saia de perto de mim.
- Você quer ver meu desenho? – perguntei para a enfermeira.
- Quero sim, deixa eu ver.
Eu então mostrei a ela meu aviãozinho.
- Nossa, ficou lindo.
- Eu vou embarcar nele essa noite.
- E para onde você vai?
- Não sei, só sei que é longe.
- Menino corajoso, vai viajar para longe e sozinho.
- Não vou sozinho, esse avião vai sempre cheio, ele leva criancinhas do mundo todo.
Mamãe prestava atenção a nossa conversa, mas estava com um olhar bem triste.
- Que foi mamãe?
- Nada não filhinho, é bonito ver você falar assim, mas agora eu vou lá fora buscar uma água tá bem, continua conversando com a enfermeira.
- Tá bem mamãe.
A enfermeira olhou para mamãe, elas trocaram um olhar que eu não entendi muito bem.
- Então seu voo sai hoje né, eu não posso ir junto?
- Pode não, o capitão falou que nessa viagem só vão as crianças, mas todo mundo vai embarcar um dia.
- Hmmm, e não está com medo da viagem?
- Tô nada, o capitão falou que nós vamos para um lugar bem melhor que aqui. Enfermeira, eu estou com sono.
- É o remedinho, é só para você não sentir mais dor, eu vou indo agora, depois a gente conversa mais.
- Depois eu já terei embarcado, vai ter que correr.
- Tá bem, eu corro para me despedir de você, mas se não der tempo quero que faça uma boa viagem.
- Obrigado, deixa um beijo na mamãe, diz pra ela que eu gosto muito dela tá.
- Tudo bem, eu digo.
Eu não aguentei de sono e dormi um pouquinho, quando acordei vi mamãe do meu lado, ela dormia muito, dei um beijinho nela e me levantei, peguei meu desenho e sai do quarto. No corredor do hospital minha amiguinha Renata me aguardava.
- Oi, já está na hora do voo.
- Eu sei, vamos lá.
Deixei o desenho no chão, o avião saiu do papel, já estava cheio de crianças, crianças do mundo inteiro.
- Todos a bordo – disse o capitão, um sujeito de cabelos e barba comprida, muito gentil.
Eu e Renatinha embarcamos e já começamos a brincar com as outras crianças. Nunca me senti tão feliz.
O avião levantou voo e partiu nos levando dali para um mundo de sonhos, sem dor e sem tristezas.

sábado, 11 de agosto de 2012

A Menina da Varinha de Condão

A Menina da Varinha de Condão

A menina andava para lá e para cá
Preocupada somente em brincar
Mas de repente ela vê caída no chão
Uma bela e mágica varinha de condão

Diante da grande novidade
A menina era só felicidade
A varinha era enfeitiçada
E ela agora uma fada encantada

Começou a testar os seus poderes
Se pondo a fazer mil afazeres
Transformou um sapo no caminho
Em um príncipe lindo e charmosinho
 
Mas a frente uma abobora
Virou uma linda carruagem
E de dois ratinhos fez de sobra
Os carreteiros para a viagem
Mas tão mal vestida ela estava
Que aquilo muito a incomodava
E num lance de magia e esperteza
Ela ganhou roupas de princesa


Dois cavalos ainda faltavam
Mas dois gatos ali passeavam
A menina os viu e nem pensou
E em dois alazões os transformou

A carruagem seguiu adiante
Com a menina feliz e cantante
Enquanto sua música enchia a trilha de flores
A sua varinha ia enchendo o mundo de cores
 
Mas quando um choro foi ouvido
Tudo parou quieto e entristecido
A menina ficou muito curiosa
Com aquela lamentação misteriosa
 
Viu então uma fadinha
A chorar a perda da varinha:
“Essa não, perdi minha varinha de condão
Agora muito triste está meu coração.”

A menina era boa e educada
E devolveu a varinha encantada
A fadinha para mostrar sua alegria
Propôs a menina uma parceria


A menina perdeu uma varinha
Mas fez uma amiguinha
Pois sua maior mágica na verdade
Foi ganhar uma nova amizade!


*desenhos do Google